sexta-feira, 11 de julho de 2014

Descobrindo coisas

Hoje minha aprendiz de gente estava com um bad-aid no tornozelo, porque raspou no cimento (vocês sabem, ela é delicada feito coice de mula e se machuca bastante). Foi então que depois de uma meia hora de colocado o curativo ela ficou olhando para a manchinha de sangue que ficou e se pôs a filisofar:

- A gente não é feito de algodão né mãe?
- Claro que não né Lara, senão a gente ia murchar quando tomasse banho.
- não mãe, tô falando por dentro... a gente não é de algodão por dentro.
- hummm é não somos.

Aí ela olha pro machucado: "a gente é de sangue por dentro!!!"

Comecei a achar a conversa sensacional e botei mais lenha:

- A gente tem sangue e carne por dentro sabe...
- Carne, carninha? Bem vermelha?
- É filha mas não é de comer, é assim carninha de gente, carninha de fazer pessoas.

Ela pareceu não achar aquele papo nada sensacional e me cortou: "tá, deixa eu ver meu desenho mãe"

>> Não alopre, se seu filho disser que é feito de sangue, deixa assim, esse negócio de carninha ela achou bizarro.

segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

Lara ogra

Quinta passada, dia 28, foi a apresentação de fim de ano da turma do nível III.

Coisa linda sabe, as meninas vestidas de fada, os meninos de magos e eles cantando uma música da qual não entendi bulhufas porque estava só olhando pra minha filha no palco - Sorry humanos, não me perguntem como foi a apresentação no geral, o contexto, a letra... eu não vejo (aliás a única vez que prestei atenção à isso fiquei tão louca da vida por achar o tema mal trabalhado e pelas breguices que não olho mais, pelo bem da convivência.).

Pois é, aí foi lindo, desta vez ela fez a "coreografia", se envolveu, sorriu e eu achei que valeu a pena comprar asa de fada, fazer varinha, maquiar e talz.

Eis que quando ela desce, eu a recebo, dou beijo, digo que foi lindo e quando pergunto o que ela achou ela destila toneladas de toda sua ogrice:

- Mãe eu soltei pum lá em cima.

(Shrek seu lindo, pode mandar pensão que a filha é tua tá?)

Lara agramatical

Este fim de semana foi especialmente ruim em termos de lidar com esta cara de pipoca. Ela estava muito rebelde, chata, elétrica e te digo: só o que a salva nessas horas são as palavras erradas que ela fala de um jeito todo cheio de segurança, como se estivessem certíssimas.

Lara, como é o nome daquele negócio que o palhaço faz com as bolas, jogando um monte pro alto, sem deixar cair no chão?

- Barbarismo mamãe.

Lara e qual é mesmo aquela letra que tem no meio do nome da mamãe (Y) e tem no seu último nome?

- Ístopom mãe, Ístopom, não esquece.

Como é que chama o negócio que faz mexer as rodas do carro hein?

- Rolante.

Será que você está doente Lara?

- Tô sim mãe, tô com temperatula e também tô com garganta.

Lara, escreve aqui na folha o nome do Eduardo:

- É assim mãe T-A-I-Á (pra saber porque ela chama o irmão de taiá vai todo um estudo de caso fonético)

E assim, de errinho em errinho, eu vou rindo e aturar os dias de cão dela fica mais leve.

Lara Indócil

Ontem fomos com Laroca visitar uns amigos. Eles tem uma filha de 6 anos, a linda Giovana. Ocorre que Giovana e Lara tem personalidades conflitantes.

Giovana é uma líder nata. Faz amizade rápido e tudo corre bem se as outras crianças forem solícitas no momento em que ela começa a mandar. Ela vai logo dando instruções, pondo ordem, comandando a brincadeira e tem um tom e um semblante de quem manda. Ela não faz isso de maneira ríspida. É natural e isso faz com que as outras crianças acabem "entrando na onda" dela.

Aí, né... ontem foi dia dela brincar com a Laroca, que ontem estava no seu estado de pipoca azeda. Lara é o oposto da Giovana. Ela não se importa muito em mandar, gosta mesmo é de fazer bagunça junto. Ela tem algo de facilidade de agir em grupo. Mas veja... desde que no grupo, ninguém fique ditando ordens. Aí ela empaca. 

- Lara fica deste lado, coloca o brinquedo assim que a a gente vai brincar deste jeito... - Diz Giovana
- Não - resposta seca da Lara.


E ela sai dizendo NÃO pra tudo. Deixando a outra revoltadíssima e estressada, pois ela não apenas não quer obedecer, ela faz questão de não mandar de volta, não propõe o "jeito dela".  Ela diz não e acabou. 
Isso deve dar um nó na cabeça das outras crianças, pois não há uma luta pra ver quem manda mais, ou uma disputa de interesses. Há apenas uma querendo mandar e outra fazendo questão apenas de não obedecer.

Muito louco isso. Bem, elas não se estapearam, e brincaram sei lá como até a hora que fomos embora. Não sem um último entrevero:

- Ô tia a Lara não que ajudar a guardar os brinquedos e minha mãe disse que tem de guardar.
Eu: "Larinha, ajuda a guardar os brinquedos, pois você brincou também"
Lara: "Não. não quero guardar, não quero parar de bincar e não quero ir embola"

Ai meu santo.

sexta-feira, 1 de novembro de 2013

Eduardo mãe de tesoura

Isso acontecia há alguns anos atrás, quando meu "bolinho" tinha só 3, 4 aninhos.

Ele ainda não conseguia entender porque algumas palavras variavam de gênero e outras não. Se tinha professoR e professorA, loucO e loucA por que não tinha panela e panelO ou computador e computadorA? Pra nós é simples, pra eles é maluco isso. Até porquê... existe cinto e cinta, que são diferentes, mas parecidos no uso. Complicado para as crianças pequenas.

Aí, eu que sabia que ele fazia essa confusão, vivia dizendo: "dudu, você é o meu tesouro!"

Ele respondia todo satisfeito: "mamãe, você é a minha tesoura"

Afff adorava. Nunca corrigi, queria ouvir sempre aquela fofura, Até que um dia ele falou certo. Aí eu percebi que os filhos crescem mesmo.

Lara nervosa

As crianças geralmente tem alguns problemas em dar sentido a certas palavras, principalmente às abstratas. Lara também. Ela já sabe mais ou menos o que é ficar nervosa, já ouviu esta palavra diversas vezes. E também já sentiu timidez - aquela sensação de vergonha misturada com medinho que a gente sente de vez em quando - não que ela seja muito tímida, mas se até os brutos amam... porque minha pequena ogrinha não ficaria tímida?

O engraçado é que ela mistura tudo. Pra ela, estar tímida é estar nervosa. Isso gera umas situações muito cômicas em casa e na escola.

Já ocorreu de alguém pedir um beijinho na bochecha e ela corar e dizer: ahhh não, tô nervosa!

Ontem assim que cheguei na escola a professora veio contar que a Laroca foi se aventurar a andar perto do portão da escola e o porteiro - que já conhece a peça - falou:

- Ô Lara, não é hora da saída não, volte pro parquinho.

Ela calada, olhando pro chão. Ele insistiu: "Você quer olhar lá fora? Chegue aqui, eu deixo". Ela muda, caladinha.

A professora chegou e disse "Lara fale com o fulano, ele está falando com você"

Ela soltou bem alto: "Não posso falar, tô muito nervosa"

Eles não entenderam nada. Mas por via das dúvidas respeitaram né, mulher nervosa é fogo, não importa que ainda não tenha feito nem 4 anos. 

sábado, 26 de outubro de 2013

Edu Empreendedor

Pode falar do outro filho aqui no Larices né? Claro que pode.

Aí domingo passado o "Taiá" me pede para que eu compre uns ingredientes no mercado. Disse que ia fazer um doce muito bom e que ia levar para vender na escola.

Botei fé não visse...

Fui surpreendida com um mini empresário. Analisou o custo do material, colocou lucro, assistiu vídeos para melhorar a receita e se preocupou com embalagem, armazenamento e  a apresentação do produto. Melhor ainda foi ver que ele não teve vergonha de levar doces para vender* - na minha época só meninas levavam e olhe lá -  e voltou com todas vendidas.

No outro dia comprou mais material, já com o dinheiro apurado e fez tudo de novo. E fez até a sexta-feira. Fiquei orgulhosa do meu jovem empresário. Ele não acredita, mas percorreu com isso várias etapas que são necessárias para se abrir um negócio. É um aprendizado, sem dúvida.

Só falta agora ele saber lidar com o público interno, vide irmã mais nova que quer dar desfalque na empresa comendo doces de graça e mãe que não aceita ser feita de besta: ou ele lava a louça da "empresa" , ou me recompensa em doces. Não sou escrava de capitalista safado ora bolas.

* Com Edu o buylling não tem vez, se chamam ele de viadinho por alguma coisa ele vira e solta um "tá incomodado por quê? Te comi por acaso?